domingo, 26 de dezembro de 2010

In Jana Jones - Em busca do texto perdido



Janacrônica1 figura fora do meu tempo, longe do meu espaço, és passo fora da estrada mas não estraga a textosterona2 que no texto errônea se diz, faz3 e acontecelã4, conte-se lá onde estiver a vontade de criAR-TE musa piradora5 que pira Dora e adora a dor: roda6 de aro asmática7 perfurada e perfu-amada Jana Dark8.

Janacreôntica9 poética que (r)expiro10 pelos pelos e poros. Paro em Páris e (d)elejo-te minha Helena, destrói11 a atroz albatrozcidade12 grega antiga na cantiga homerética13 de um novo Homero sem ética14 que a cite15 para como escravo escrever crer e ver a imagem da santa Jana D´arco-irrisóroboro16.

Jana D´arco-irrisóroboro serpenteada17 enteada e entediada em ter adiada a liberdade pouca amada pela conversa fiada com verso afiado. E assim a missa é18, um terço que torço e troco no traço que se destroça pelo destro sapeca que peca e, cape diem e se escarpe noctem nó que tem no laço lasso o fundo do cadarço de aço que faço em pedaço com pé de aço e me impede só e me impele o sol no arrebolado19 que dança e cansa conforme a musa Jana Draco20.

Janafórica surge no início de cada parágrafo que piro e grafo sem garfo num (re)folgar de (m)olhos por prosa e tal21. Rhymagine my rhyme mesure sure for shure22 on sea chorus23 calling Morus and his utoPiaget like a gentleman lemon, no mel24 de abelha na telha pentelha25 de quem quer apenas escreviver, rever ao revés pelo viés da via que tu és, me (e)levando ao texto, minha vida quer a ida Janadiplose26.

Janacrônica, Jana, Jana...Janacreôntica, Jana, Jana...Jana D´arco-irrisóroboro, Jana, Jana...Janafória, Jana, Jana.

Janafórica eufórica e eu fora do bar, alho27 amargando a boca hier-óglifica cela aujourd´huidobro dobro a ambiguidádiva da vida dada vi dadaísta na lista mista ([p]re)vista sem pista de cor, ri da28 escrita e cristã crosta trocas ocas de um soca saco e só Cacaso29: caso anagramático dramático e agramatical porém gramartEculado30 ex-colado colo dá ao MSTC (movimento dos sem textos criativos) e assim perdido sem par, ardido sempre sem pressa de chegar a lugar algum, ainda espera chegar a algum alugar. Imóvel, descobre sem cobre (nem dez cobres) que o ramo imobiliado31 é lucro cativo. Time is pony and I Bride a horse code32. In Jana Jones, em busca do texto perdido.

Notas

1 – Jana + anacrônica

2 – Texto + testosterona

3 – Diz, faz = desfaz com a palavra desfaz se desfazendo ao meio

4 – Acontece + tece + lã + tecelã

5 – Piradora/inspiradora

6 – A dor roda – palíndromo, leia de frente pra trás e de trás pra frente

7 – Aro asmática = aromática

8 – Jana Dark / Jana D´arc

9 – Jana + anacreôntica (do poeta Anacreonte)

10 – Respiro + expiro

11 – Destróia / de Tróia

12 – Albatroz + atroz + atrocidade + cidade

13 – Homérica + Homo + erótico + ética

14 – Novo Homero sem ética é o próprio autor do texto que, sem dúvida alguma, pode ser visto como um “moleque pentelho e abusado” que, pós “Justine”, anda meio sem virtudes, ainda que seja um artista “Homérico”. Claro que esse artista homérico deixa a modéstia de lado. Não vou entrar na questão de um aforismo filosófico meu com base no etimológico no qual eu discorro sobre HUMILDADE e HUMILHAÇÃO terem semelhança e, portanto, ser humilde é se humilhar, vez que, se você se diminui perante aquilo que os outros acham que você é, ou que você mesmo acha que é, acaba se humilhando ao se rebaixar. Algo assim.

15 – A cite. Coloquei A cite só pra não deixar o “cite” sozinho no ar. Lembro de quando eu tinha verdadeiros debates de perguntas e respostas poéticas com minha ex-namorada e eu dizia: isso te cita? Implícito sonoro, como eu gosto de dizer ou como nomeei essa bagaça e não sei nem se alguém já estudou isso que, geralmente é chamado de cacofonia, alusão ou coisa que se pareça.

16 – Irrisóroboro é irrisório + oroboro e remete ao arco-íris (D´arco-irrisóroboro). Irrisório é aquilo que provoca o riso, algo cômico e oroboro é o símbolo da serpente comendo o próprio rabo sendo que, no prefácio da tradução de Paul Valery feita por Augusto de Campos ele diz que serpent é palíndromo silábico de penser em francês (já que Valery era francês) e que em grego ophis (serpente) é quase anagrama de Sophia (sabedoria). Há toda uma ligação entre serpente e pensamento/sabedoria nesse prefácio e utilizo-me disso para esse neologismo. É como se com o arco-íris eu quisesse convidá-la para pensar de modo cômico. Meio Borgiano mas queria colocar mais cores na sua vida com um pensamento mais irônico/sarcástico que, de repente, também pode ser tão interessante quanto o pensamento pedagógico que, creio eu, é seu pensamento principal. Claro que meu cômico é, querendo ou não, poético, creio eu.

17 – Polissemia entre ser penteada (por um pente fino) e transformar-se em serpente (explicada na nota anterior) com a liberdade pouca amada (proclamada) por um verso afiado. Digamos que pode considerar essa linha de raciocínio de “sair do narrow mind” como conversa fiada (e ignorar outras linhas de pensamento – que, de boa, seria uma decepção) ou um verso afiado que consegue “dobrar” essa linha de raciocínio “fechada”, preconceituosa, cheia de regras para “abrir a mente” de alguém.

18 – E assim a missa é: Palíndromo, leia de trás pra frente e vice-versa, fica igual.

19 – Arrebol + rebolado – Com rebolado, suingue, dançando conforme a música, se metarmorfoseando, acaba se transformando em Jana Draco

20 – Draco, aqui assume a posição de um dragão de sete cabeças, isto é, todo o pensamento narrow mind vai se abrindo para pensar de sete formas diferentes, de preferência cada uma de uma cor, formando assim o arco-íris da Jana D´arco Íris e blábláblá.

21 – Por prosa e tal – proposital

22 – Sure/Shure, sendo shure a marca do microfone que comprei e usei para gravar o áudio que envio em anexo.

23 – Sea chorus, alusão a sea shore e chorus de coro/coral, canto e blábláblá, já que estamos falando de voz(es) e polifonia.

24 – Lemon no mel – outro palíndromo

25 – Telha pentelha é a ideologia “do teto”. Digamos que sou uma casa e a pentelhação é o teto mas há muito mais para se descobrir do que uma superfície, uma casca. Quanto ao escreviver na sequência, é a máxima de quem quer escrever e, assim, coisifica o nome das inspirações, não pra usar textos e conquistar as inspirações (antigamente era assim e nunca deu certo, até que desisti) mas sim para usar as inspirações e conquistar o texto (começou a fazer mais sentido inverter a ordem, pois, como eu disse, nunca dava certo mesmo), sem que isso demonstre, obviamente, a falta de interesse pela “musa”, que, como de praxe, acaba sempre sendo platônica. Acontece que isso de escrever pra fulana, pra cicrana, no fim, nunca dá certo como dito e eu sei porquê. Sou um cara muito plural, tenho coisas insuportáveis para uns e coisas muito boas para outros e não posso ser uma coisa OU outra coisa, sou uma coisa E outra coisa. Ao passo que sou também várias outras coisas. Para usar um exemplo meio ligado com a sua área, não posso pegar uma lousa inteira, que seria eu, dividida em várias coisas/disciplinas/tópicos/escritos e, apenas colocar um ponto no meio dela com um giz, dizendo que sou apenas esse ponto. Sou todo o resto, desde a matéria escrita na lousa e que é interessante, até os buracos em uma lousa desgastada ou uma matéria chatíssima.

26 – Jana + Anadiplose – Anadiplose é quando termina a frase com uma palavra e começa a outra frase com a mesma palavra, assim como anáfora é a repetição de um mesmo termo no início de cada verso/parágrafo. Janafórica e Janadiplose é meio que transformar Jana em sinônimo de texto ou qualquer outra palavra e fazer com que essa palavra seja anáfora e anadiplose, o que ocorre no texto o tempo inteiro. Arquitextura, a arquitetura de um texto bem construído e que minha ironia me permite dizer, será totalmente destruído pela leitora. Mas, tudo bem, seria muita canalhice de minha parte escrever um texto polissêmico e não deixar que você descobrisse a semântica que lhe convém mas que provavelmente lhe constrangeria por ser meio que xaveco furado. Acho que de repente estou precisando ler Bakthin (e não errei o nome do cara não, escrevi terminando em thin pra não perder o trocadilho).

27 – Sou carta fora do baralho. Provavelmente se eu fosse uma carta e me jogasse em suas mãos, seria descartado. Hier-oglífica é hier (ontem no francês) e hieroglífico que quer dizer que a língua “de ontem” era a de “sinais” e que a de hoje (aujourd hui significa hoje) – emendando o HUIDOBRO, poeta é uma ambiguidádiva (simples ambiguidade + dádiva), como a vida patética e sem sentido feita um poema dadaísta (e se sabe a receita pra escrever um poema dadaísta, entende o que estou falando, aleatório).

28 – Corrida separado, cor, ri, da escrita. Era o que os dadaístas meio que faziam.

29 – Um fluxo de anagrama OCAS/SOCAS/CASO que termina em Só Cacaso, sendo que Cacaso foi um poeta marginal que escreveu: “No princípio era a verbA”. Tem tudo a ver quando ligo a frase de Cacaso ao meu anagrama e ao fluxo de anagrama sendo o meu anagrama, o seguinte: ANA GRAMA AMA GRANA. Vou deixar em aberto o campo semântico pra extrair o que quiser daí.

30 – GramartEculado – Articulado pela arte (agramatical). Aí há todo um lance que “copio” do Mário de Andrade em seu prefácio interessantíssimo, no qual ele diz que antes da gramática vieram as línguas e só depois mesmo que veio a gramática. O próprio Sírio (libanês) Possenti disse uma vez, ao ser questionado sobre o não ensino de gramática nas escolas, que isso era um erro, pois Camões escrevia “tudo certinho”. Ele destruiu a moça que disse isso na palestra, falando que a primeira gramática da língua portuguesa só veio a existir depois de Camões estar enterrado.

31 – Imóvel mobiliado

32 – Horse/Morse code.

sábado, 25 de dezembro de 2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DaniBela Adormecida

Caso não consiga acessar o vídeo-áudio pelo BLOG, acesse em:

http://www.youtube.com/watch?v=RdpSfSBVl7Y

DaniBela Adormecida

Daniquiladora de imaginasonhos ela é um verdadeiro chove e não olha nos meus olhos pois foge de uma mesa redondulada de bar por já possuirrisoriamente um compromisto que poderia acabar no cemisério caso eu decidisse não acatar respeitosamente sua pose, são.


Conversas com versos que nunca tive e provaviolentamente nem terei. Duvido que permentiria a mim escrever ainda que platôicônicamente simplesmente para apreciar meus textos egocentrecadente.


DaniBela com lábios de fogo invARDE meus pensamentos como uma flecha disparada de um arco-írrisório e eu cheio de palavrório oro o coro do couro ao ouro feito besouro voando ao seu redor querendo com o coração vermelho ver melhor descobrindo que não é o amor que atrapalha a vida e sim a grande incerteza do amor.

Ah se ela aceitasse meus conVINTES (poderia a conVIDRAR umas vinte vezes – estou vidrado), ao menos adENTRARIA com meu olhar na profundiunidade de seu olhar sÚTIL e agradorável. Daniquiladora sim, aniquila aquilo que traz o brilho de um filho hiPOtÉTICO hiper poético e ético ainda que cético pulsando certo passo a passo metro a metro em um caminho longínquolorido por seus sorrisos que visualizo pelas estradas da vinda sem volta, vê se se solta desse abismo caseiro (cá sério – para não perder o anagrama que ama grana) para ir com o poeta matreiro percorrer um caminho por inteiro.


Biologarítmico transformo-a em matemática e música, reinvento seu próprio ser para que alcance uma maior ampliTUDO daquilo que deseja ser e enseja ter para tecer o fruturo no fruto do futuro maduro e puro de quem enxerga a criativerdade de como as coisas deveriam ser, apesar de não serem por temerem muDANÇAS. As pessoas tendem a ficar paradas nas cadeiras sem dançar. Concede-me uma dança neste Natal? É óbito que não. E a esperança morre, afinal de contas, ninguém é obriagrado a gostar de mim simplesmente porque escrevo, ainda mais quando venho a sURGIR do nada e já és dona da vida de seu parceiro sério, ou parsério, como eu preferIRIA dizer.


Mas você toda pulchra*, você não tem culpa de não ter a lupa que pula aos olhos e faz enxergar. Essas relacorações pessoais fogem ao entencimento da construção dos seres.

*Pulchra é bela em latim e, como virou sufixo de sePULCRO em português, resolvi utilizar essa palavra, já que ela se-ampultou minhas esperanças. O resto dos neologismos acho que dá pra pegar sem ter asteriscos e notas mas, se alguém pedir, faço notas de roda-fé.

domingo, 26 de setembro de 2010

Eu sou poesia

O dia em que virei poesia através da auto-metamorfose.

"Minha vida" são duas palavras de uma obra literária que eu mesmo criei. Quando sou poesia, meus braços rimam simetricamente entre si, quando sou prosa, meus cabelos conduzem o fio narrativo mas, em ambos os casos, giro em torno de um pinto final que põe fim a uma obra-de-arte apreciada por poucos só por não ser palatável: eu monto a obra e mostro o pau, totalmente despido de ideologias e regras, no duro e bem torto.

Meus vinte dedos iniciam, de cinco em cinco, do mesmo lugar, como se fossem uma anáfora no início de diferentes versos ou, como se fossem palavras iniciando com uma mesma letra. Tenho para mim que os dedos das mãos são aliteração e os dedos dos pés, assonância. Se eu quiser entrelaçá-los de diferentes formas, realizo anagramas diversos. Aliás, a semelhança entre meus dedos faz com que eu sinta nesses extremos pontiagudos de meu corpo, verdadeiras paranomásias que pulam para fora de mim quando digito meus textos. Quando visto uma luva ou coloco a mão no bolso, faço elipses de mim mesmo por pura conveniência. Algumas vezes me sinto soneto heróico quando ando para diferentes direções de dez em dez passos, contando cada um deles, pisando mais firme na sexta passada. Outras vezes ando em círculos feito palíndromos, porém, não me esqueço jamais das longas caminhadas que realizo esporadicamente e me fazem pensar que sou um conto. Independente do momento e da tipologia textual, meu sangue sempre é a tinta e, ao sair de mim, escreve textos em minha pele, que nada mais é que o papel. É interessante saber que as palavras e os textos têm um significado implícito só alcançado por aquele que consegue compreender meu coração. Quem me lê e não me compreende em minha essência, fica sempre a pensar que sou um homem, um ser humano, um artista, um poeta, um literato, deixando de perceber que não sou nada disso, já que sou poesia em minha própria essência.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Só não sei de uma coisa

Ela é muita água para meu caminhão pipa
Mas se der certo, tudo bem,
Que os sentimentos transbordem e,
Além disso, já sei nadar.

Definitivamente acho que estou pronto
Para mergulhar de cabeça
Sem o menor perigo de morrer afogado.

Agora, calma lá, só não sei de uma coisa,
Será que ela abre a porta de seus amares?

domingo, 9 de maio de 2010

Orfeu e Eurídice

http://www.youtube.com/watch?v=utmG3OAjBXs

Sonhando ser Orfeu apaixonado
Lira na mão cantando feito louco
Vou perdendo a cabeça pouco a pouco
Vivendo um grande amor não consumado.

Mil versos que eu compus tão desolado
Tornam meu coração mui triste e oco
Eurídice eu cantando fico rouco
Me tire deste inferno, estou queimado.

Por que mia lira já não mais lhe encanta?
Amor quero versar sobre esse mito
Da serpente fazendo-lhe uma santa.

Vou lhe cantar, meu bem, para o infinito
E mesmo que a (tristeza) seja tanta (distância)
Terei você comigo amor bendito.

domingo, 2 de maio de 2010

Vazio

Amei com toda a força contra o vento
Só que ela ignorou minha existência
Ai Senhor, por favor, dai-me paciência
Para assim superar este momento.

Por que tanta dor, tanto sofrimento?
Se eu ao menos tivesse consciência
Que o grande amor difere da ciência
Não passaria por todo este tormento.

Hoje estou aqui, triste, velho, opaco
Definhando completo, moribundo
Tal qual luz apagada já sem brio.

Sou de um copo quebrado, o puro caco
Em um entristecer muito profundo
Que faz com que eu me sinta assim vazio.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sonnet for an angel called Amanda

Sonhar, sonhar, sonhar não custa nada
E é por isso que eu vivo essa ilusão
De um dia ter você minha paixão
Andando a pé comigo de mão dada.

Amor, amor, amor conto-de-fada
Me faz ter sonhos doces de algodão
Perdido entre a razão e a emoção
Ficando preso a ti princesa amada.

Quem me dera sorrir pra não chorar
Viver o platonismo consumado
Sentir o meu amor correspondido.

Mas os beijos que não pude lhe dar
Trago-os no coração bem apertado
São lembranças do amor sequer vivido.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Natal na tal diferença





Natal na tal diferença*

Três reis magrotóxicos
Menteorpecem quando
Me mostram o caminho
Para o forte à beira mar.

Andando ouço pássaros
Sinto a brisa
Que me beija e me alisa
Em mais um momento de profunda solidão
E um denso fazer poético.
(Ah, a poesia, minha terna eterna companheira de viágil
que me deu poemas em Barcelona, Paris, Lisboa,
Angra dos Reis, São Paulo, Rio de Janeiro, Ilha Grande,
dentre outros lugares de lira delirantes, reais ou imagináridos).
Foi essa maldita poesia que virou e disse:
Natal, Duna-se ao poeta
E eis que surgiu um poemaranhado de imagens aluinsinuantes
De quem possui a sensi-habilidade de um beija-cor.

Vejo a água do mar
Cristalinda e cristalímpida
Feita diamante cristalimpidada:
A água bruta virou jóia
Que eu sonho em dar pro meu amor.

Tiro a máquina fotográfica do bolso
E peço que ela aponte a ponte
Por mim fotogrifada.
Como uma Palavrestruz
Que transformo em
A-R-T-E.
Dentro do mundo que criei pra mim
Com meus olhos limitados na vista
Pois tudo que vejo é poesia pura
Por mais que pareça loucura.

O rejuvenascer do sol está che-aguando
Por trás de um oceano MARgnífico
E lado alado de um navio cargueiro
Que parece jorrar aquela bola de fogo
Feito um naviulcão em cargueirupção
Captado e cooptado pelas minhas lentecostais
Santintimista trindádiva naturaliterando a paisaragem fluToante feito rima
De João Cabráulio Reto.

E eis que surge o feto
De um céu grávido
E faz nascer um dia irradistante
No qual vou longe sem sair do lugar
Pés no chão
Cabeça nas nuvens,
Assim começo o dia.

Aliás, que dia
Que bendito dia
Que já começa em poesia.

* Alusão a um poema meu no qual eu falava sobre o Natal na tal mesmice, sendo Natal a festa de fim de ano e não a cidade de Natal. Neste poema eu dizia estar cansado de pessoas que pregam apenas no Natal uma certa postura e falava que iria dar socotone na cara dos políticos, enfiar paunetone goela abaixo dos corruptos, etc. Sem paciência para a mesmice do Natal, da+i ficava o jogo Natal na tal mesmice e, por isso, agora, utilizei Natal na tal difeCrença poética.

domingo, 11 de abril de 2010

Minha trilha é...

Não tenho olhos claros,
Nem um corpo bonito,
Meu sorriso é triste,
Minhas pernas tortas.

Não malho em academias,
Nem tomo anabolizantes,
Meu cabelo é raspado,
Minhas unhas sujas.

Não tenho carro conversível,
Nem dinheiro pro ônibus,
Meu andar é solitário,
Minhas caminhadas longas.

Não tenho emprego,
Nem qualificação,
Meu conhecimento é pouco,
Minhas perspectivas nulas.

Não tenho namorada,
Nem possuo amigos,
Meu comportamento é anti-social,
Minhas idéias revolucionárias.

Não tenho coração,
Nem pretendo viver,
Meu destino é vegetar,
Minha trilha é a morte.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Frag-mentes Sem Número de Opus


vestidolatrar a hino-existente pátria-armada de bandeira roxa quadriculadra de cor ações arte-culando palárvores repentinamentelequiosso puro de doer todo arrepirado com olhos ardoendo por pereceberem tanta luz lisa na lousa lusa de um vestido que não é blusa mas que ela usa a abluesa abduz e seduz para assim sim com sua sina cínica conduzir o fio da meada da sonora idade rimada no Empanada reluzir e reduzir o poeta ao nada com a boca calada em um calafrio febrio de fevereiro sem eiro nem bueiro onde jogar o poema-esgoto que me esgota gota a gota mas que maravilha de garota filha de deusa louca me deixando resPIRADO como fixo normal mente após tomar uma chuva em norma de tempo e estado gasoso evaporo viro brisa após entrar em ebulição e ébrio e são apr(e)endo a lição de que obSERVO da poesia já não sou poeta que cria poemas e sim sou o poeta que a poesia inventou pois a poesia é maior que meu nome o poema é melhor que o homem como diria SchopenBayern de Munique e se seu nome fosse Monique Mônica ou tivesse em outra sílaba a tônica ainda seria biônica a ponto de forçar o tonto a forjar escriptonitas que fazem qualquer super herói perder a força diante da arte irradiantecipadora do que está por vir a ser por vir nascer pois sou a rã guarda-costas de um brejo nebrilhorroroso tudo junto numa coisa dó ré mi fá solidamente musicalado e após tudo depois de mudo na reprolixidade proclamo cansado este poema está em cerrado na serra dos Piro nos Eus Pireneutanásia saio do coma para entrar na soma adiacionando um ovo estilo literárido dou à arte muito mais do que recebulição feito um deserto de certo léxico-luthor Am I Dark Quente?


Aqui o áudio que gravei desse texto:

http://www.youtube.com/watch?v=s6JCmnpCUjQ

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Em Maio de 2008 comecei uns escritos que chamei de Frag-mentes e são pequenos fragmentos neológicos, às vezes misturando N línguas nos neologismos e duvido que tenha criado mais de 10 desses fragmentos desde então, sendo um de meus dois "projetos mais auda-ociosos" literaria-mente calando. Alguns demoraram 7-8 horas para ficar pronto e têm apenas 10-15 linhas. Sim, muito trampo abrir N dicionários e ficar misturando línguas-palavras como PUELLABORARTISTICALLY que contém PUELLA (menina em Latim) ELABORAR do português e ARTISTICALLY (obviamente, artisticamente em inglês) e seria elaborar uma menina artística. Aliás, a série de fragmentes começa com essa palavra, como se o escritor desejasse inventar a mulher-arte que, segundo seus ideais platônicos, seria a mulher ideal. Aquela que lhe acompanharia aos concertos, nas leituras de cerca de 100 livros anuais, nas peças de teatro, exposições, etc, etc, etc.


Enfim, ontem eu escrevi um poema em um bar que acabou sendo o embrião de mais um Frag-mente que, dessa vez, ao invés de trabalhar com dicionários, deu uma focada no fluxo de consciência, principalmente depois do uso da palavra resPIRADO. Depois como todo texto, reescrevendo, reelaborando, deixando mais complexo e criando as notas de rodapé, ficará mais interessante, porém, por enquanto ele foi assim mesmo como puderam ler acima.