quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O monstro criador

Despertaram o monsto
Que me habita
Revolto-me
Contra toda uma sociedade
Ridícula
Patética
(Já não é questão estética).

Acordaram o assassino em série
O matador sério
O lixeiro
Que limpará
A sujeira humana do (i)mundo.

Anteciparam minhas vontades
Aceleraram minha ira
Em fogo arderão cidades
Que serão totalmente destruídas.

Despertaram o Deus dentro de mim
Um grande criador
Colocarei um fim
Na mediocridade sem valor.

Acordaram meu Hitler interno
Mas não quero aniquilar judeus
Para realizar a supremacia da raça ariana
O lance aqui é outro
Não quero grana.

Quero cérebros
Que pensem
E o resto que morra
Que queime
Que exploda.

O coisa ruim de Ademir Assunção

me querem manso
cordeiro
imaculado
sangrado
no festim dos canibais

me querem escravo
ordeiro
serviçal
salário apertado no bolso
cego mudo e boçal

me querem rato
acuado
rabo entre as pernas
medroso
um verme, pegajoso

mas eu sou osso
duro de roer
caroço
faca no pescoço
maremoto tufão furacão

mas eu sou cão
ladro
mordo
arreganho os dentes
incito a revolta dos deuses

toco fogo na cidade
qual nero
devasto o lero lero
entro em campo
desempato

eu sou o que sangra
um poeta nato