Um mote em motim
Traduttore, Traditore,
Há pouca ipsis litteris
Na porcaria litteris
††††† Poesis †††††
Resquiecat? Impasse!
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Em um dia de logo cruzado
Tiro pra tudo que é alado
Um projétil de gente má
Se perde.
A bala perfura o chapéu
Número trinta e três
De P3dro Am3rico
Depedra a América
E vai para a BN.
Ao acertar em cheio
Certa luminária cantiga
No saguão do prédio
As luzes faíscam
Como fogos de arte e ofício
Em pleno reveillontem.
Neste momento
Em minha poesia
Caros eleitores,
Não é um ano que se termina
E outro que seco meça.
O logo cruzado
Do signo
Transforma-se
Em fogo abusado
Maligno.
Papel papel
Papel papel
Papel papel
Livro livro
Livro livro
Livro livro
Logo fogo
Logo fogo
Logo fogo
Fogo fogo
Fogo fogo
Fogo fogo.
É fogo
Grita o guia.
Os visitantes eufóricos
Metaeufóricos e
Metafóricos
São disparados
Feito imune ação
Saindo de tolas pistolas
Assaltomáticas.
O prédio se esvazia.
Os bombeiros
(Que deveriam ser
Maubeiros)
Como em países
Subenvolvidos
Culturalmente
Demoram silênios
Para chegar.
Mais rápido seria
Cada carioca
Buscar um balde em casa
Ir para a praia
Encher o recipente de água
Voltar
E tentar apaguar o fogo
Que incen-odiava
E cine-odiava
Em frente ao Odeon
A biblioteca.
O fogo se espalhava
Em velocidade
Descomunaufragada
Afundando a cultura
Em um mar vermelho
Criando um espetáculo
De invejar CopaBacana.
Aquela luz azul e laranja
Labarenda de cetim
Tornava-se o melhor
E mais rápido leitor
E tradutor de todos os tempos.
A cada livro que lia
A chama se expandia demoníaca
Em sua personalidade
E quando os bombeiros chegaram
Já era tarde, já era tarde, muito tarde.
O fogo já sabia os livros de cor
De nada adiantavam as leis da natureza
Dizendo que água apaga o fogo
E de mangueira na mão
Os funcionários do governo
Não continham a revolução.
E querendo dizer mil coisas
A fumaça daquele livresco
Vulcão em erupção
Formava palavras
Contava histórias
Declamava poemas
Formava a imagem
De um regente
Que comandava
Grande orquestra
Em pleno Theatro Municipal.
A própria forma
Que a chama
Possuía
Era uma obra plástica
De dar inveja a Anish Kapoor.
As pessoas, do outro lado da rua
Na praça da Cinelândia, dançavam
Interpretavam personagens teatrais
Fotografavam, filmavam, curtiam
A liberdade que só a arte permite
Apocalipsis Litteris.
domingo, 8 de novembro de 2009
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