Abri o evento na Escola Agostinho Páttaro. Palestra e Debate com Angela Kleiman do IEL e Ana Lúcia Goulart da FE, ambas da Unicamp.
Além do poema citado no post anterior e do Era de Heráclito, recitei os seguintes textos:
2o Movimento do Poema sonoro para Koellreutter
Somos SOM somos
Som SOMOS som
Somos somos somos
Som Som Som
Moços SOM Somos
Somos SOM Moços
Sem mês
Sem mos
Sem som
Som sem
Mesmos sons
Mesmos
Mesmos
Mesmos
Mesmos
Mesmos
Mesmos
Mesmos
Somos SOM somos
Som SOMOS som
Somos somos somos
Som Som Som
Moços SOM Somos
Somos SOM Moços
Vibrasom
Indignasom
Corasom
Animasom
Imaginasom
Educasom
Publicasom
Emosom
Alucinasom
Programasom
Capacitasom
Alterasom
Aliterasom
Ali terá som
Terá som, terá som
Som alitera.
Som ali terá
Ali, aqui e em todo lugar
Nessa globalizasom sonora.
Sem opinião
De formador de opinião
A deformador de opinião
Bastou dizer que não.
Que não quero rimas batidas
Como amor rimando com dor
Paixão rimando com emoção.
De formador de opinião
A deformador de opinião
Bastou dizer que não.
Que não sou poeta então.
Grande amor
Puta que o pariu
Você nem imagina
O quanto eu te amo, Porra!!!
Quero que o resto das pessoas
E das coisas se fodam.
Para mim só importa você, Caralho!!!
O que sinto por ti
É um negócio filho da puta,
Que de tão grande
Só se expressa através de palavrões.
Parto poético
Era uma vez
Um homem e uma mulher
Cada um era indiviuno
Mas ao se casarem
Formaram um individuo.
Até que tiveram um filho
E passaram a ser indivitrio
Neologismo, vai pro poeta que te pariu.
A guerra das letras
Autor: Gustavo Silva, ou simplesmente G.
Dedicado à Cecília Gomes, CiÇa, ou simplesmente, Ç.
Em um Mundo imaginário chamado Papel, um G solitário encontrou uma Ç solteira e ambos fundiram-se: Gecidilha.
Aos poucos passaram a procriar, engendraram vários Gs, Çs e Gecidilhas, aumentando cada vez mais a prole que viveu uma infância totalmente letrada, divertida e poética sem Grandes preocupaÇões.
Tudo ia muito bem dentro do Papel até que o Neoletrismo (ou seria Beletrismo?) atingiu a maturidade e precisou buscar emprego para sobreviver sem a ajuda de seus pais.
Neoletrismo largou a divertida Poesia da infância de outrora e foi trabalhar para a Prosa. Tendo um gerente substantivo e explorador de nome Parágrafo (que era amante de sua secretária, a Frase), acabou assumindo posição servil, não poderia sair da margem, tinha um presidente chato pra cacete chamado Escritor de Auto Ajuda e a soma dos produtos que realizava, isto é, as palavras, era o lucro do patrão Texto que não fazia nada mas ficava com o significado todo para si.
Não demorou muito e as letras se rebelaram, misturaram-se em anagramas sem significação, fizeram uma revolução, uma guerra gramática, as palavras começaram a ser fabricadas com defeito, o Escritor foi perdendo aos poucos o controle sobre as letras e o Texto entrou em crase, faliu, ficou arruinado nesta luta vencida pelo proLETRAriado.
Ah, sim, quanto ao Parágrafo e a Frase? Perderam o emprego e tornaram-se autônomos, de vez em quando são citados por aí.
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Foi bem bacana a receptividade do público, aplaudiram bastante, em alguns momentos riram e, teve gente que até surtou e gritou elogiando entre as pausas que eu fazia de um poema para outro.
Uma das pessoas que gritou comprou o livro "Vidas à venda"no qual tem o poema CONSUMIR logo de cara.
No fim do evento, a professora Ana Lúcia Goulart me elogiou bastante, principalmente pela idéia do Gecidilha que, para ela, era tão interessante quanto as letras do graaande Juan Brossa que eu já conhecia de leve das minhas pesquisas de poemas visuais europeus realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em Portugal, entre Dezembro de 2007 e Janeiro de 2008.
Ela disse que tinha um livro do Juan Brossa com ela e me daria. Depois compraria outro. Dito e feito. Ganhei o livro do poeta Catalão e já li ontem mesmo.
Foi muito bom o dia inteiro de ontem. Lembrei de poucos mas intensos momentos poéticos que tive, sempre com boa receptividade do público. Na CPFL Cultural no Sarau do Tucun em 2005 por duas vezes; na palestra citada no outro post na FIMI; em outra palestra na IESCAMP; no horário de almoço da PUCC onde, mesmo almoçando e com o barulho infernal daquela praça, pessoas aplaudiam e, inclusive, ao final, até vieram perguntar se os poemas eram meus; no lançamento do livro "Vidas à venda" na livraria da Vila em SP; na Casa das Rosas em SP; no Sarau da Oficina do Estudante e em saraus mais intimistas, etc.
Tenho ficado cada vez mais empolgado, pensando em montar um show de poesia.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
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