São 5:28 da manhã e começo a escrever esse post. Hoje é dia 10 de Novembro de 2009 e logo mais aprontarei uma com poesia. Mais uma provocação.
Quantas foram? Perdi as contas. A mais impressionante até hoje foi quando fiquei nu no auditório da FIMI de Mogi-Guaçu. FIMI é a Faculdade integrada Maria Imaculada, formada por freiras e eu estava palestrando e recitando poemas na 4a semana de Letras de tal instituição, no ano de 2005. Detalhe que só entrei para estudar em uma universidade no ano de 2007, na PUC Campinas.
Bom, voltando à palestra da FIMI, em uma performance na qual recitei poemas de Aretino (o poeta que inspirou Bocage), acabei ficando nu quando, ao dizer o ideal do poeta, interpretei de maneira performática tal ideal, que era "Não devemos esconder nossos órgãos que nos dão prazer e engendram seres belos, devemos antes esconder nossas mãos, que ferem, matam e emprestam a juros usurários." Nesse momento eu tirei o roupão e, estando de luvas, mostrei meu órgão e escondi as mãos.
Sei que ao bater o sinal e, sendo a última aula, eu ainda disse que tinha um conto para recitar e, ninguém saiu do auditório até eu terminar. Ainda se formou uma fila de umas 30 pessoas para me cumprimentar. Tudo bem que eu já não estava mais nu pois, a professora, mesmo tendo sido alertada (pedi autorização várias vezes antes do evento), disse que não sabia de nada, tirou o dela da reta e sugeriu que eu me vestisse novamente, enfim.
Hoje, daqui a pouco, irei recitar poemas em um debate/palestra na Escola Agostinho Pattaro aqui em Barão Geraldo.
Uma das convidadas é Angela Kleiman, professora de letramento do IEL da Unicamp. A outra esqueci o nome mas é do Institudo de Educação da Unicamp.
Dentre vários poemas experimentais, terminarei minha récita com um poema de 2006 quando estava prestando vestibular.
Sempre fui contra universidades, acho uma mediocridade tremenda mas, com o falecimento de meu irmão naquele ano e eu não podendo mais contar com ele no futuro (eu pensava em abrirmos um comércio juntos), resolvi, tanto por isso quanto para "acalmar meus pais e ter um diploma", cursar alguma coisa.
No vestibular da USP, na segunda fase, xinguei e zombei dos caras. Tive minha prova anulada e não passei, ainda que tivesse dado as respostas certas depois da zombação. Tinha uma questão que era para explicar o significado da linguagem figurada "dar nome aos bois". Eu simplesmente desenhei bois e coloquei nomes neles e, depois disso, respondi corretamente (segundo o próprio gabarito).
Outra questão era para passar pra prosa um poema de Mário Lago, sem perder o sentido. Ué, eu disse que não perderia o sentido, já que, sendo ocidental, o sentido de minha escrita seria da esquerda para a direita e que, o certo, era terem elaborado a porra da questão exigindo que não se perdesse o SIGNIFICADO. O poema terminava em "preciso de ti por gostar de ti". Depois de zoar com tudo, transcrevi para a prosa corretamente (conferi com o gabarito) e acrescentei, depois de "preciso de ti por gostar de ti" os termos "disse o corretor da FUVEST para a burrice".
Em todas as questões de português eu zoei. Ainda tendo feito minha redação sem zoar, anularam ela, zeraram a redação do cara que naquele momento já era o maior palindromista do Brasil e um dos poetas mais interessantes e promissores que este país de merda já teve. Conclusão, ainda que, de acordo com o gabarito e, pelos meus cálculos eu tivesse teoricamente passado, fiquei de fora.
Mas, não dou a mínima para isso, acabei na PUCC e, como a Unicamp, USP ou qualquer outra, é uma merda. Chego na sala de aula, abro um livro, pego uma folha, leio, escrevo, nem sei o que está acontecendo e, ainda assim, estou me formando agora, fazendo o curso em 3 anos, por frequentar de manhã e de noite. Coisa fácil, com o pé nas costas e os olhos fechados.
Há uma semelhança, ainda que ligeira, com a expulsão sofrida por Drummond no colégio jesuíta mas, vamos para o assunto da provocação de hoje.
Ao fim de minha récita, o último poema será esse:
Estou sentindo o cheiro podre
Das arcademias.
Estou prestes
A ser um universiotário
Encirculado no sistema.
Quatro anos de detenção
Preso ao obsoleto, ao arcaico
Do atraso mental-criativo
De uma unicampo de concentração
Ou de uma PUCC a que pariu.
Logo eu, até eu, ateu.
Não irei engolir sapos
Minha cobra irá comer ratos.
Guerras serão declaradas
Entre o novo e o velho.
Usarei palavras como bombas
Que explodirão nas vistas
De quem não faz parte da vanguarda
Do exército inimigo.
Quero, e vou revosolucionar
Essa questão.
Nem que para isso tenha que ser expulso
Ao matar o reitor.
Mas antes terei o prazer
De cuspir na cara dele.
E caso eu me forme
Não só picotarei meu diploma
Como limparei a bunda com ele.
Nunca foi e nunca será um papel
Que dirá o quanto sei,
Ou o quanto sou capaz.
Quero explodir o Mundo
A começar pelas regras
Vestiburlando as leis.
Vou trocar de nome.
Para terminar, falta bem pouco tempo, creio que dois ou três meses para pegar meu diploma, pedir segunda via, gravar um vídeo cagando e limpando a bunda e jogar no Youtube. Até agora eu não sabia o motivo de ter cursado uma universidade. Agora sei, era para realizar esse sonho de provar por A+B que um diploma, em minha opinião, vale tanto quanto um papel higiênico.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
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